BI339 - O Instalador

www.oinstalador.com 339 JULHO 2025 Preço €11 | Periodicidade - Mensal (10 edições/ano) A REVISTA DO SETOR DAS INSTALAÇÕES EM PORTUGAL

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6 Edição, Redação e Propriedade INDUGLOBAL, UNIPESSOAL, LDA. Avenida Defensores de Chaves, 15, 3.º F 1000-109 Lisboa (Portugal) Telefone +351 215 935 154 E-mail: geral@interempresas.net NIF PT503623768 Gerente Aleix Torné Detentora do capital da empresa Grupo Interempresas Media, S.L. (100%) Diretora Joana Peres Equipa Editorial Joana Peres, Gabriela Costa, Paqui Sáez redacao_oinstalador@interempresas.net www.oinstalador.com Preço de cada exemplar 11 € (IVA incl.) Assinatura anual 110 € (IVA incl.) Registo da Editora 219962 Registo na ERC 119963 Déposito Legal 10480/96 Distribuição total +8.300 envios. Distribuição digital a +7.200 profissionais. Tiragem +1.100 cópias em papel Edição Número 339 – Julho de 2025 Estatuto Editorial disponível em https://www.oinstalador.com/ EstatutoEditorial.asp Impressão e acabamento Lidergraf Rua do Galhano, n.º 15 4480-089 Vila do Conde, Portugal www.lidergraf.eu Media Partners: Os trabalhos assinados são da exclusiva responsabilidade dos seus autores. É proibida a reprodução total ou parcial dos conteúdos editoriais desta revista sem a prévia autorização do editor. A redação de O Instalador adotou as regras do Novo Acordo Ortográfico. Smart home and building solutions. Global. Secure. Connected. A EFICIÊNCIA TEM CLASSE SUMÁRIO ATUALIDADE 8 EDITORIAL 9 Revolução na recuperação de refrigerantes: tecnologia híbrida HAMSYS para uma recuperação eficiente de gases fluorados 12 Ventilação e incêndios: S&P promove encontro técnico 14 PÁGINA DA NET 18 Eurofred juntou parceiros em evento técnico e de convívio 20 Entrevista com Francisco Augusto, Country Leader da Trane Portugal 22 Panasonic lança a nova aplicação Aquarea Home para controlo total da casa 26 Automação industrial sem complicações 28 Eficiência, controlo e fiabilidade no tratamento do ar para ambientes exigentes 30 Descubra a gama Lowara: potência, eficiência e fiabilidade subterrânea 32 ESPECIALISTA EM... Reabilitação urbana 34 A Europa, o setor AVAC&R e a Reabilitação Urbana: novo roteiro para a eficiência energética 36 Automação e controlo de edifícios: uma tecnologia poderosa 38 Ventilação inteligente para habitações modernas 40 Isolamento térmico sustentável em destaque 42 De centrais a reservas solares fotovoltaicas 44 Formação direcionada a profissionais da energia e eletricidade 48 Uma nova era para o Campo de Futebol Bairro Novo 50 Projeto de iluminação interior e exterior com Dialux EVO 52 Rolear.ON moderniza sistema de abastecimento de água da ambiolhão 54 Bombas de calor e ar condicionado: a taxa reduzida de IVA terminou a 30 de junho de 2025 56 Uma parceria ao serviço da inovação e do conforto térmico 58 Daitsu Split Artic Plus: sete fatores para uma climatização de excelência 60 Bombas de calor City Advantage CXWF: eficiência reversível para uso comercial e geotérmico 62 Uma solução sustentável para a descarbonização 64 Thermway lança soluções COTTON 66 Climatização inteligente, verão eficiente 68 Nova gama Aerobox R290: mais ecológica, mais potente, mais inteligente! 70 A boa qualidade do ar interior deve tornar-se um direito humano básico 72 Um passo decisivo para a flexibilidade e inovação no sistema elétrico nacional 74 A economia e os benefícios de a tornar cada vez mais sustentável 78 Em segurança se solda, corta e molda metais… [10] 80

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8 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.OINSTALADOR.COM • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER Presidente da República promulga metas para renováveis na indústria e transportes 35.ª edição do 'Prémio Inovação Jovem Engenheiro' com Alto Patrocínio da Presidência As candidaturas para a 35.ª edição do Prémio Inovação Jovem Engenheiro (PIJE), uma iniciativa promovida pela Ordem dos Engenheiros – Região Sul (OERS), já se encontram abertas. Este ano, o PIJE alcançou um marco histórico ao receber o Alto Patrocínio da Presidência da República, uma distinção que sublinha a relevância e o impacto deste prémio no panorama nacional. O Presidente da República promulgou o diploma do Governo que estabelece as metas de integração de energia proveniente de fontes renováveis nos setores da indústria e dos transportes, reforçando o compromisso nacional com a transição energética e o cumprimento do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A promulgação deste diploma reveste-se de especial importância, uma vez que concretiza uma das reformas estruturais previstas no PRR e constitui condição essencial para o 6.º pedido de pagamento à Comissão Europeia. Com a sua aprovação, Portugal assegura 12,7 mil milhões de euros já recebidos no âmbito do PRR, o que representa 57,3% do total contratualizado, sendo que 8 mil milhões já foram pagos aos beneficiários finais. A definição de metas específicas para a penetração de energia renovável nestes dois setores — responsáveis por uma parte significativa das emissões de gases com efeito de estufa — marca um passo decisivo na descarbonização da economia portuguesa, alinhando o país com os compromissos europeus do Pacto Ecológico Europeu e do Fit for 55. Este novo enquadramento regulamentar constitui também uma oportunidade para os setores da energia, transporte e indústria acelerarem investimentos em tecnologias limpas, como o hidrogénio verde, biocombustíveis, eletrificação de processos industriais e soluções de mobilidade sustentável. Destinado a jovens engenheiros, membros efetivos, com idade até aos 35 anos, inscritos na Ordem dos Engenheiros, em qualquer região do país, o Prémio Inovação Jovem Engenheiro conta com três prémios pecuniários, nos valores de 10.000, 5.000 e 2.500 euros atribuídos para o primeiro, segundo e terceiro classificados, respetivamente, com a possibilidade de serem ainda atribuídos diplomas de menção honrosa. António Carias de Sousa, presidente da OERS, sublinha a relevância do Alto Patrocínio da Presidência da República para o 'Prémio de Inovação Jovem Engenheiro': “este apoio institucional eleva o reconhecimento do talento jovem na engenharia a um patamar de importância nacional, crucial para o futuro da profissão e o desenvolvimento de Portugal”. Adianta ainda que “o PIJE reflete o compromisso da OERS ao investir nas novas gerações, incentivando soluções pioneiras”.

9 Bombas de calor e descarbonização em debate na cimeira europeia A cidade de Nuremberga volta a ser o epicentro da inovação em bombas de calor, com a realização da European Heat Pump Summit, nos dias 28 e 29 de outubro de 2025. O evento promete reunir os principais especialistas internacionais, promovendo conhecimento técnico, tendências de mercado e soluções para a transição energética. A European Heat Pump Summit regressa a Nuremberga nos dias 28 e 29 de outubro de 2025, afirmando-se como um dos eventos mais relevantes a nível europeu e mundial para o setor das bombas de calor. Dirigido a especialistas da indústria, investigadores, engenheiros de produto, técnicos e decisores estratégicos, o encontro destaca-se pelo elevado nível técnico e pela diversidade de perspetivas internacionais. O congresso abordará temas atuais e estruturantes para o setor, como o desenvolvimento dos mercados e das políticas energéticas na Europa, com especial foco nos casos dos Países Baixos e da Alemanha. O programa inclui ainda sessões dedicadas à investigação e desenvolvimento, com ênfase nos novos refrigerantes (nomeadamente inflamáveis – A3), desenvolvimento de componentes (interferências acústicas e vibratórias, permutadores de calor, rolamentos magnéticos, compressores e sistemas de controlo), bem como aplicações industriais e de grande escala — como os sistemas de aquecimento distrital e soluções para a indústria alimentar. A edição de 2025 contará ainda com uma Foyer Expo, onde empresas e associações profissionais terão oportunidade de apresentar inovações tecnológicas, soluções de produto e serviços especializados a um público altamente qualificado. Copyright: NürnbergMesse / Heiko Stahl. EDITORIAL Em pleno verão, o setor da instalação enfrenta um cenário cada vez mais complexo e desafiante, marcado pela urgência climática, pelas ambiciosas metas de descarbonização e pela crescente procura por soluções eficientes e sustentáveis. Nesta edição, exploramos três áreas que estão a redefinir o presente — e a moldar o futuro — da construção e do conforto térmico: Eletricidade, AVAC e Reabilitação Urbana. A eletricidade atravessa uma revolução silenciosa, mas profunda. A integração crescente de fontes renováveis, especialmente a solar, está a transformar a matriz energética nacional, exigindo uma adaptação rápida e eficaz. Paralelamente, os avanços nos sistemas de armazenamento e a digitalização das redes elétricas tornam possível uma gestão da energia mais inteligente, segura e descentralizada. Esta mudança representa uma oportunidade para os instaladores, que se colocam no centro da transição energética e do novo paradigma tecnológico. No universo do AVAC, o foco é a eficiência aliada ao conforto ambiental. Equipamentos de última geração — como bombas de calor de alta performance, sistemas conectados por Wi-Fi e soluções de ventilação com recuperação de calor — são hoje essenciais para responder às exigências dos edifícios de baixo consumo energético. Além disso, a qualidade do ar interior ganha protagonismo e deixa de ser um detalhe para se tornar um requisito fundamental, crucial para quem projeta, constrói ou gere espaços fechados. Quanto à reabilitação urbana, ela mantém-se como um eixo estratégico para a modernização do parque edificado, muitas vezes ineficiente. A combinação de isolamento térmico eficaz, automação inteligente e sistemas AVAC inovadores permite não só elevar o conforto, mas também reduzir significativamente a pegada energética dos edifícios. Tudo isso é vital para requalificar o tecido urbano das nossas cidades, garantindo sustentabilidade e qualidade de vida. Mais do que nunca, o mercado exige profissionais atualizados, preparados para integrar soluções tecnológicas avançadas e conscientes do impacto que o seu trabalho tem no futuro do planeta. É neste contexto que a revista ‘O Instalador’ reforça o seu compromisso: ser uma fonte constante de conhecimento, inovação e boas práticas para os instaladores portugueses. Porque, no fundo, por trás de cada sistema bem projetado e instalado, está sempre um profissional dedicado, empenhado em fazer a diferença. Transformar o presente para construir o futuro: desafios e oportunidades no setor da instalação

10 ATUALIDADE MAIS NOTÍCIAS DO SETOR EM: WWW.OINSTALADOR.COM • SUBSCREVA A NOSSA NEWSLETTER LG reforça rede mundial de academias AVAC A LG Electronics está a expandir a sua rede internacional de formação técnica em AVAC com a criação de novas academias especializadas em mercados estratégicos. O objetivo é claro: formar talentos locais, promover a excelência técnica e impulsionar a competitividade no setor do aquecimento, ventilação e ar condicionado. A LG está a intensificar a aposta na qualificação técnica no setor AVAC, com a expansão da sua rede global de formação, a LG HVAC Academy. Esta iniciativa visa fortalecer a presença da marca nos mercados internacionais através da capacitação de profissionais locais com programas de ensino adaptados às exigências regionais. Em janeiro de 2025, a empresa inaugurou uma nova academia em Banguecoque, na Tailândia, com capacidade para formar até 1.700 técnicos por ano. Certificada pelo Departamento de Desenvolvimento de Competências da Tailândia, esta unidade oferece formação em instalação, manutenção, diagnóstico e segurança, com certificações reconhecidas nacionalmente. Na China, a LG lançou uma segunda unidade da HVAC Academy em Shenzhen, em março, complementando o centro existente em Tianjin. A nova academia dispõe de salas de formação, showroom de produtos e uma zona Smart Home, servindo como plataforma de ligação entre a empresa e o mercado chinês. Ainda em março, foi reaberta e expandida a academia de Jacarta, na Indonésia, agora equipada com espaços para formação teórica, prática e uma galeria com soluções AVAC para os setores residencial, comercial e hoteleiro. No mesmo espaço, opera a Hi-M Solutek, parceira da LG especializada em manutenção. Na Europa, a mais recente inauguração teve lugar em Lyon, França, a meio de maio de 2025, reforçando a presença da marca com um segundo centro de formação no país, depois de Paris. Esta unidade será apoiada diretamente pelo escritório regional da LG, com foco no desenvolvimento comercial. Até ao final de 2025, a LG prevê atingir 70 academias HVAC ativas em todo o mundo, com capacidade para formar anualmente cerca de 37.000 profissionais. Segundo James Lee, presidente da LG ES Company, “a nossa infraestrutura global de formação foi concebida para promover um crescimento mútuo, apoiando os talentos locais e reforçando a liderança da LG no mercado AVAC”. Paris acolhe congresso europeu sobre eficiência energética e descarbonização industrial A ALLICE organiza, nos dias 23 e 24 de setembro de 2025, em Paris, o Congresso ALLICE 2025, sob o tema 'Decarbonising industry: ramping up for 2030 and beyond!', dedicado à eficiência energética e à descarbonização da indústria. Graças a uma parceria com a AICEP, empresários e entidades portuguesas podem beneficiar de 40% de desconto no valor da inscrição. Na edição anterior, realizada em 2023, o congresso destacou-se pela partilha de soluções técnicas e estratégicas no caminho para a neutralidade carbónica. Este ano, a organização procura alargar a internacionalização do evento, incluindo uma maior participação portuguesa. Para incentivar a presença nacional, foi estabelecida uma parceria com a AICEP, permitindo que empresários e entidades de Portugal beneficiem de 40% de desconto na inscrição. Esta colaboração visa facilitar a integração de empresas portuguesas nas dinâmicas europeias de inovação industrial e sustentabilidade. O congresso assume especial relevância para os setores industriais que enfrentam metas ambiciosas de redução de emissões e aumento da eficiência até 2030, num quadro regulamentar cada vez mais exigente.

11 O grande encontro das renováveis está de volta a Lisboa Nos dias 2 e 3 de outubro, o Grande Auditório da Culturgest, em Lisboa, volta a receber a Portugal Renewable Energy Summit (#PRES), a conferência anual da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN). Este evento, já com mais de dez anos, é considerado o principal ponto de encontro do setor das energias renováveis em Portugal, reunindo conhecimento, debate e oportunidades de networking num só lugar. A #PRES (Portugal Renewable Energy Summit) junta todos os anos as principais entidades públicas, governamentais e privadas, criando uma plataforma onde se debatem as últimas novidades e os principais desafios do setor. Entre os temas em destaque estão as políticas públicas, a regulação, as estratégias para a transição energética, assim como os avanços em investigação e desenvolvimento. A edição de 2025 promete painéis de debate dinâmicos e aprofundados, onde especialistas e decisores vão refletir sobre o presente e o futuro das energias renováveis no país. Com o setor a ganhar cada vez mais peso na sustentabilidade económica, ambiental e social de Portugal, esta conferência assume-se como um momento crucial para fomentar a inovação e a cooperação entre os vários intervenientes. No ano passado, a #PRES reuniu mais de 750 participantes, incluindo 58 oradores e 52 patrocinadores, tornando-se uma ocasião privilegiada para estabelecer contactos, fechar negócios e partilhar experiências que contribuem para o crescimento do setor. Para 2025, a organização espera ultrapassar estes números, à medida que as renováveis assumem um papel cada vez mais central no panorama nacional. Para quem trabalha no setor energético, marcar presença na #PRES é uma oportunidade de estar à frente das tendências e das decisões que vão moldar o futuro energético de Portugal.

12 PUBLIRREPORTAGEM | NOVO VERDE REVOLUÇÃO NA RECUPERAÇÃO DE REFRIGERANTES: TECNOLOGIA HÍBRIDA HAMSYS PARA UMA RECUPERAÇÃO EFICIENTE DE GASES FLUORADOS Os gases fluorados, habitualmente utilizados na refrigeração e nos equipamentos de ar condicionado, têm um potencial de aquecimento global até 23.500 vezes superior ao do CO2. As suas emissões aumentaram 60% desde 1990 e poderão quintuplicar até 2050. Apesar do seu impacto, a maioria continua a ser incinerada devido a tecnologias de recuperação limitadas, desperdiçando recursos e aumentando as emissões. À medida que os regulamentos europeus limitam gradualmente a utilização de gases fluorados de elevado impacto, surge uma necessidade urgente de apostar em alternativas ambientalmente mais sustentáveis. O desenvolvimento de métodos inovadores para a recuperação seletiva e a reutilização destes gases é agora essencial. Novo Verde LIFE 4F-GASES: INOVAÇÃO ALINHADA COM A AÇÃO CLIMÁTICA Em resposta a este desafio urgente, o projeto LIFE 4F-gases apresenta uma solução inovadora: uma tecnologia híbrida concebida para recuperar seletivamente e reutilizar gases fluorados individuais, a partir de misturas de refrigerantes comerciais empobrecidas. Esta inovação não só reduz as emissões, como também apoia o desenvolvimento de novas formulações de fluidos frigorigéneos amigos do ambiente, em conformidade com a evolução da regulamentação europeia em matéria de clima. O projeto é conduzido por um consórcio de cinco parceiros - Ambigroup Reciclagem, APRIA, ERP Portugal, FCTNOVA e Universidad de Cantabria - que reúnem competências complementares da indústria, do meio académico e da gestão ambiental, para garantir uma implementação robusta e com impacto. HAMSYS: EFICIENTE. SELETIVO. SUSTENTÁVEL No centro desta iniciativa está o HAMSYS (Hybrid Adsorption and Membrane Systems) - um sistema de ponta desenvolvido através de uma combinação de experiências laboratoriais e ferramentas de simulação avançadas.

13 PUBLIRREPORTAGEM | NOVO VERDE O HAMSYS foi concebido para ser versátil, capaz de processar misturas binárias e ternárias. A sua conceção integra três componentes-chave: • Uma unidade de pré-tratamento para purificar os gases de entrada; • Um processo de separação em duas fases, que combina duas tecnologias principais: uma unidade de membrana e um sistema de adsorção para isolar os compostos-alvo; esta configuração permite uma elevada seletividade e adaptabilidade, tornando o sistema eficaz numa vasta gama de misturas de refrigerantes e condições de funcionamento; • Uma fase de compressão para preparar os gases recuperados para armazenamento e transporte seguros. Esta abordagem inovadora marca um salto significativo na gestão sustentável do fluido refrigerante, oferecendo uma via escalável e eficiente para reduzir a pegada ambiental do setor dos RAC. O QUE A HAMSYS PODE FAZER: TRANSFORMAR RESÍDUOS EM PRODUTOS VALIOSOS Através de uma validação bem-sucedida, o HAMSYS demonstrou a sua capacidade de recuperar R32 de elevada pureza, cumprindo as rigorosas normas estabelecidas pela AHRI. Esta conquista confirma o potencial do sistema para impulsionar uma verdadeira economia circular no setor da refrigeração e dos equipamentos de ar condicionado - reduzindo os resíduos, maximizando a eficiência dos recursos e minimizando as emissões com efeito de estufa. Além disso, o HAMSYS também é capaz de lidar com outros tipos de misturas azeotrópicas, expandindo ainda mais a sua versatilidade e impacto numa gama mais vasta de aplicações de recuperação de fluidos frigorígenos. Com o HAMSYS, o que antes era descartado torna-se um recurso valioso, transformando os desafios ambientais em oportunidades sustentáveis. n Saiba mais em: www.life4fgases.eu

14 BRANDED CONTENT VENTILAÇÃO E INCÊNDIOS: S&P PROMOVE ENCONTRO TÉCNICO Soler & Palau Ventilation Group (SPVG), líder mundial em ventilação, promoveu no passado dia 21 de maio, no Sana Myriad Crystal Center, em Lisboa, um evento técnico dedicado ao controlo de fumos em túneis e edifícios com elevada ocupação. A iniciativa contou com a presença de representantes de associações, instituições, empresas e profissionais especializados nas áreas da ventilação e da segurança contra incêndios, registando uma forte adesão por parte de projetistas, no âmbito do Fórum Técnico sobre 'Controlo de Fumos em Túneis e Edifícios de Grande Ocupação'. Soler & Palau Ventilation Group Esta jornada técnica contou com a participação, colaboração e experiência de algumas das mais relevantes associações, instituições, empresas e profissionais especializados da área da ventilação e da segurança contra incendio, tendo registado um auditório que traduziu uma adesão e presença significativa de projetistas, nomeadamente no âmbito do Fórum Técnico denominado Controlo de Fumos em Túneis e Edifícios de Grande Ocupação'. Na verdade, com a presença nesta jornada técnica de um distinto painel de oradores, em que se fizeram representar várias entidades com enorme experiência e relevância no setor, entre as quais podemos destacar a Ordem dos Engenheiros, Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), Associação Portuguesa de Segurança (APSEI), Sociedade de Engenheiros de Proteção contra Incêndios (SFPE), Escola Nacional de Bombeiros (ENB), Dinâmica Aplicada (DA) e Action Modulers (AM). Esta iniciativa foi elevada pela forte experiência e conhecimento dos vários oradores, tendo a S&P, enquanto entidade organizadora, complementado o evento com a sua partilha como fabricante de referência mundial, que permitiu partilhar conhecimentos e ideias nesta importante temática da Segurança contra Incêndios, em que se revela cada vez mais determinante estudar, analisar, discutir, aprender e ajustar as normativas e as boas práticas à realidade que vivemos, de modo a garantir sobretudo a segurança das pessoas e, obviamente, a proteção dos bens. Depois da nota de boas-vindas promovida pela direção de Portugal, em nome da S&P Ventilation Group, e agradecendo a presença e participação de oradores e do auditório, Carlos Barbas destacou a importância crescente da temática da segurança contra incêndios, que, por si só, justificou desde logo uma adesão deveras relevante e assinalável por parte dos principais projetistas e players desta área. CONTROLO, NORMATIVAS EUROPEIAS E REGULAMENTAÇÃO A primeira parte do evento, dedicada ao controlo de fumos em túneis, foi moderada pelo Eng.º Carlos Fernandes, representante da Ordem dos Engenheiros, que destacou, na sua introdução, a importância de abordar a segurança contra incêndios do ponto de vista da ventilação. Fê-lo num contexto em que Lisboa planeia a construção de um túnel sob o Tejo, com o objetivo de ligar a capital à margem sul e aliviar a circulação na Ponte 25 de Abril. Aproveitou ainda para sublinhar que a principal causa de incêndios em túneis é a ocorrência de colisões de veículos, o que reforça a necessidade de garantir infraestruturas seguras, eficientes e adequadas.

15 BRANDED CONTENT Seguiu-se uma apresentação sobre a evolução das normativas europeias, conduzida pelo Eng.º Miguel del Moral, Diretor do Departamento de Projetos da Soler & Palau, que também preside e integra comissões responsáveis pela criação, desenvolvimento e adaptação dessas normativas no setor. A intervenção enquadrou a regulamentação europeia da SCIE e apontou perspetivas futuras, destacando-se o papel cada vez mais relevante da eficiência energética. Sublinhou-se que cerca de 40% do consumo energético está associado aos edifícios, e que, sem uma melhoria da sua eficiência, grande parte dessa energia é desperdiçada. Neste contexto, a melhoria do desempenho energético passa por medidas como o reforço do isolamento térmico, o recurso à energia solar, o armazenamento de energia e a utilização de veículos elétricos. Contudo, estes avanços colocam novos desafios, nomeadamente o aumento do risco de incêndio. De facto, o principal perigo para os ocupantes não é o fogo em si, mas a inalação de fumos tóxicos. Assim, torna-se essencial o desenvolvimento de sistemas de ventilação eficazes. De seguida, o Eng.º João Viegas, em representação do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, abordou as regulamentações e avaliações dos sistemas de ventilação, destacando a importância da cadeia de responsabilidades nos túneis — desde a autoridade administrativa à entidade inspetora, passando pela entidade gestora — para garantir uma manutenção adequada das infraestruturas. Referiu ainda que, ao longo da vida útil de um túnel, podem surgir múltiplas situações críticas, pelo que partilhou exemplos reais de dificuldades operacionais que poderiam ter sido evitadas com melhor planeamento. Para concluir, recordou que as diretivas europeias definem princípios de segurança obrigatórios, cabendo aos engenheiros e especialistas encontrar soluções eficazes que lhes deem cumprimento. Durante a manhã, destacou-se ainda uma apresentação conduzida pelo Professor Jorge Saraiva, da Dinâmica Aplicada, sobre o projeto de túneis e gares ferroviárias subterrâneas, que mereceu a atenção do auditório. Antes do encerramento da sessão matinal, o Eng.º Dirceu Santos, em representação da APSEI, apresentou um case study, no qual partilhou as principais considerações a ter em conta no projeto de túneis, com base na experiência adquirida num caso real em que colaborou profissionalmente.

16 BRANDED CONTENT CONTROLO DE FUMOS EM EFIFÍCIO DE GRANDE OCUPAÇÃO Durante a tarde, o tema central foi o controlo de fumo em edifícios de grande ocupação, com o programa conduzido pelo Eng.º Carlos Ferreira de Castro, da Action Modulers. Após a abertura dos trabalhos, o Arquiteto Paulo Prata Ramos, em representação da SFPE, apresentou o enquadramento nacional da regulamentação da SCIE, destacando algumas limitações da atual portaria técnica e propondo a adoção de um método mais científico. Sublinhou que a prioridade deve ser projetar sistemas de proteção com base no desempenho, como solução técnica a considerar. Este modelo de projeto baseado no desempenho foi, de seguida, aprofundado pelo Eng.º João Viegas, que realçou as vantagens desta abordagem como alternativa ao método prescritivo tradicionalmente aplicado em Portugal. Ambos enfatizaram a importância de uma participação construtiva na revisão das normas, ajustando os métodos à experiência acumulada e ao conhecimento gerado pela investigação. Antes do debate final, realizaram-se duas intervenções do Eng.º Miguel Cejudo, da SPVG (Soler & Palau Ventilation Group), abordando temas igualmente relevantes no âmbito da segurança contra incêndios. Na primeira intervenção, foram evidenciadas as vantagens da aplicação de sistemas de controlo de fumo em edifícios, com recurso a software de simulação dinâmica, e a adoção de normas europeias mais atualizadas do que o regulamento técnico atualmente em vigor em Portugal, já em análise e brevemente em discussão. Esta apresentação reforçou, mais uma vez, os benefícios da abordagem baseada no desempenho. Na segunda apresentação, que recebeu rasgados elogios do auditório, foi abordada a pressurização de escadas e vias de evacuação, com destaque para as soluções inovadoras desenvolvidas pela S&P. A encerrar, foi ainda sublinhado o compromisso ambiental do grupo S&P com a sustentabilidade, ética e boas práticas, reconhecido com a atribuição da medalha Ecovadis Gold Top 5%, em dezembro de 2024. No final, realizou-se uma mesa-redonda com a participação do Eng.º João Viegas (LNEC), Arq.º Prata Ramos (SFPE), Eng.º José Silva (ENB), Eng.º Miguel Cejudo (SPVG) e Eng.º Jorge Pinto (S&P Portugal – DAP CFD). O debate decorreu de forma participativa e enriquecedora, permitindo aos profissionais presentes partilhar experiências, esclarecer dúvidas e contribuir para o aprofundamento coletivo sobre o controlo de fumos. A presença da Escola Nacional de Bombeiros, representada pelo Eng.º José Silva, permitiu ainda identificar as principais dificuldades operacionais sentidas pelas equipas no terreno, contribuindo para um melhor alinhamento entre projeto e realidade, desde a fase de conceção. Foi, sem dúvida, uma grande iniciativa da SPVG, que superou todas as expectativas e contribuiu para a difusão e aprofundamento de conhecimentos numa área crítica para a segurança contra incêndios. n Uma iniciativa que contribuiu para a difusão e aprofundamento de conhecimentos numa área crítica para a segurança contra incêndios www.solerpalau.com sat.portugal@solerpalau.com

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20 REPORTAGEM | EUROFRED EUROFRED JUNTOU PARCEIROS EM EVENTO TÉCNICO E DE CONVÍVIO Encontro contou com mais de uma centena de participantes, entre instaladores, projetistas e clientes finais, num ambiente que aliou conhecimento técnico à celebração dos Santos Populares. No início de junho, a Eurofred promoveu um evento dedicado aos seus parceiros, com o objetivo de reforçar laços, partilhar conhecimento e proporcionar momentos de convívio. O encontro decorreu no espaço Plaza Ribeiro Telles, em Vila Franca de Xira, e reuniu cerca de 130 participantes, entre instaladores, projetistas e clientes finais. Inspirado no espírito festivo dos Santos Populares e na chegada do verão, o evento teve como mote o “Arraial Eurofred”, criando um ambiente descontraído, mas com espaço para a partilha de conhecimento técnico e apresentação de soluções relevantes para o setor. A sessão de apresentações foi dividida em três momentos distintos: • Jorge Carvalho, apresentou dados institucionais e estratégicos da Eurofred; • David Madeira, deu a conhecer a gama de produtos comercializados; • Sérgio Pereira, abordou o tema dos fluidos frigorígenos, com destaque para o R-32.

21 REPORTAGEM | EUROFRED Num registo leve e envolvente, as apresentações tiveram a duração de cerca de uma hora e meia, captando o interesse da audiência e promovendo uma interação. Um dos pontos altos foi a demonstração prática da aplicação de sistemas com R-32 em espaços de pequena dimensão, através de uma régua técnica, oferecida posteriormente a todos os participantes como lembrança. Após os trabalhos técnicos, o convívio passou para os espaços exteriores, onde os momentos de descontração marcaram o final de tarde. Com esta iniciativa, a Eurofred reforça a sua proximidade ao mercado e ao ecossistema profissional que a acompanha, combinando inovação, formação e relacionamento num só evento. n

ENTREVISTA 22 FRANCISCO AUGUSTO, COUNTRY LEADER DA TRANE PORTUGAL Onde a indústria encontra a inovação sustentável Joana Peres Com uma visão centrada na eficiência, inovação e sustentabilidade, a Trane tem vindo a redefinir o papel dos edifícios na transição energética. Em entrevista à revista 'O Instalador', Francisco Augusto partilha a estratégia da marca em Portugal, destacando a aposta em soluções inteligentes, o foco na indústria e o papel crescente da inteligência artificial na gestão de sistemas. Ao longo de mais de um século, a Trane afirmou-se como uma referência global em soluções de climatização eficientes e sustentáveis. Em Portugal, a operação tem vindo a crescer com um foco claro na indústria e na inovação tecnológica. Francisco Augusto, country leader da Trane Portugal, conduz uma equipa que alia experiência técnica à ambição de liderar a transformação digital e energética dos edifícios. Nesta conversa, partilha os principais eixos estratégicos da marca, os desafios do setor e o que esperar da próxima revolução impulsionada pela inteligência artificial. A Trane é reconhecida internacionalmente por mais de um século de inovação no controlo climático. Como é que essa herança se traduz no dia a dia da operação em Portugal? A Trane, nos seus 112 anos, fatura atualmente 20 mil milhões. No mercado, cria tendências, e os seus colaboradores têm sempre de acompanhar a evolução, não só tecnologicamente, mas também estrategicamente. Neste sentido, ao longo dos 18 anos nesta casa, assisti a algumas apostas que, à data, pareciam ideias condenadas ao fracasso. Retrospectivamente, foram decisões que acrescentaram valor à empresa — e o mercado acabou por nos seguir. Um exemplo disso foi o Rental: começámos timidamente com dois chillers em Portugal e, atualmente, temos centenas de máquinas, contentores frigoríficos e todo o tipo de equipamentos para aluguer. Tal como este exemplo, posso referir os serviços de energia, o controlo das centrais, entre outros. Futuramente, chegará a tão falada IA. A Trane já está na vanguarda, com a aquisição da empresa Brain Box. Com este investimento, a forma como as centrais serão geridas parece saída de um filme de ficção científica — mas, a curto prazo, tudo o que fazemos atualmente será coisa do passado.

ENTREVISTA 23 Num mercado AVAC cada vez mais competitivo, onde a diferenciação é crucial, o que distingue a abordagem da Trane no contexto português? Contrariamente ao que o mercado afirma, o setor do AVAC representa apenas uma pequena parte do nosso negócio. Somos muito mais solicitados na indústria, onde o cliente valoriza outras valências. Não somos uma empresa orientada para o preço — e o AVAC é, essencialmente, um negócio de preço. Especificamente, a Trane é a empresa com o maior número de técnicos próprios, e é aí que se faz a verdadeira diferença na indústria. O setor tem vivido sob pressão devido ao aumento dos custos energéticos e à instabilidade internacional. Que reflexos concretos estas circunstâncias têm tido na atividade da Trane em Portugal? A nossa intervenção no mercado é fortemente orientada para a eficiência. A descarbonização é um bom exemplo disso: a indústria procura reduzir os custos energéticos, e os clientes estão cada vez mais focados na eficiência — o que não se resume apenas a equipamentos mais eficientes, mas também a centrais mais eficientes. É precisamente nesse ponto que entra a nossa equipa especializada (TBA), composta por profissionais com competências em diversas áreas, como o controlo e a hidráulica. Esta conjuntura tem levado os clientes a acelerar decisões de investimento em soluções mais eficientes? Notam uma maior sensibilidade em relação à eficiência energética? Tal como referi, a indústria, sim, tem preocupações energéticas — esses clientes investem efetivamente na poupança e avançam quase sempre para soluções eficientes. Já o setor do AVAC procura eficiência... até ao momento em que descobre que a unidade ou o sistema mais eficiente é mais caro. Nessa altura, a escolha normalmente já não recai na eficiência. Raramente se investe na melhoria das centrais; o foco recai quase sempre na substituição de equipamentos antigos — que, regra geral, são menos eficientes — sem recorrer, necessariamente, à solução mais eficiente disponível no momento. Em setores críticos como os centros de dados, a fiabilidade é essencial. De que forma a Trane tem ajudado estes clientes a garantir operações resilientes mesmo em cenários adversos? No caso dos data centers, a Trane desenvolveu unidades específicas para esse fim. Estas unidades estão equipadas com vários níveis de redundância e sistemas de segurança que asseguram o máximo de fiabilidade. A diferença está nos clientes que compreendem que, para este tipo de aplicação, é essencial investir em unidades adequadas, com opções específicas, e garantir serviços de assistência que muitos fabricantes — sem foco na assistência técnica — não conseguem assegurar. A descarbonização dos edifícios é uma prioridade a nível europeu. Quais as soluções no vosso portefólio que mais têm contribuído para esse objetivo? A Trane investiu fortemente na descarbonização, é um dos mercados onde temos registado maior crescimento. Neste momento, dispomos de unidades que podem atingir os 130 °C de temperatura. Mais uma vez, falamos do setor industrial, no qual somos líderes de vendas com a nossa gama de bombas de calor de muito alta temperatura. Considerando que os edifícios continuam a representar uma grande fatia do consumo energético, como é que a Trane está a ajudar os seus parceiros a reduzir essa pegada? A Trane empenha-se em fornecer eficiência, controlar as centrais e garantir, ao longo do tempo, que os equipamentos operam sempre nos níveis máximos de desempenho. O objetivo é disponibilizar uma cadeia completa de serviços que mantenham as centrais consistentemente eficientes. A inovação tem sido um dos pilares da Trane ao longo da sua história. Que tecnologias ou soluções recentes já estão implementadas em projetos em Portugal? A monitorização remota já é uma realidade e temos inúmeros clientes ligados remotamente à Trane, embora ainda exista um longo caminho a percorrer junto de alguns que não compreendem totalmente o potencial de poupança associado a esta solução, uma perceção que, no entanto, está a mudar com a nova geração que começa agora a assumir funções de decisão.

ENTREVISTA 24 Disponibilizamos toda a gama com compressores de levitação magnética, que têm registado grande sucesso em centros de dados devido à sua elevada eficiência e ao baixo peso dos equipamentos, uma característica que representa uma vantagem significativa ao nível das estruturas dos edifícios. Lançámos recentemente unidades até 300 kW com o novo fluido natural R290, disponibilizamos também dry coolers integráveis em série com os chillers e temos ainda uma gama dedicada a aplicações industriais de pequena capacidade (MTA), com unidades entre 0,9 e 50 kW, soluções que se distinguem claramente dos chillers convencionais Já iniciámos as primeiras entregas da gama de UTAs da AL-KO, unidades de altíssima especificação que representam o expoente máximo da qualidade e cuja aplicação está claramente orientada para ambientes industriais exigentes, como farmacêuticas, cultivo de cannabis, hospitais ou processos alimentares, entre outros A gestão inteligente de edifícios está a transformar o setor, a inteligência artificial começa a ser aplicada em várias áreas. Como avalia o impacto das soluções digitais — nomeadamente o controlo remoto inteligente e a manutenção preditiva — na operação diária dos sistemas? Este futuro com a inteligência artificial (IA), como referi anteriormente, já está a acontecer e a Trane, nos próximos meses, irá lançar na Europa a gestão inteligente de centrais, resultado da aquisição de uma empresa de inteligência artificial chamada 'Brain Box'. A curto prazo, as centrais de grandes edifícios — de todo o tipo de indústria, data centers, hospitais, entre outros — serão ligadas a serviços de inteligência artificial, que passarão a gerir essas centrais em várias dimensões. A nível energético, a IA irá tomar as medidas necessárias para que, em qualquer momento, a central opere no seu nível máximo de eficiência, sendo que atualmente já existem sistemas instalados localmente, mas sem a capacidade de aprenderem as especificidades da central ao longo do tempo em função da carga, das condições exteriores, entre outros fatores, e por isso sem conseguirem agir de forma autónoma para reduzir o consumo sem comprometer a produção A gestão preditiva da manutenção — e até das intervenções — será outra área crítica, e o cliente poderá, no limite, ver sair a carrinha da Trane sem sequer ter tido conhecimento prévio do motivo da visita, podendo questionar-se se foi uma manutenção, uma avaria ou simplesmente consultar a aplicação da Trane. Tal como referi, nos próximos anos — e refiro-me a muito poucos — esta será a maior mudança no setor, mais significativa do que qualquer outra alteração, na minha opinião

25 A Trane está associada a edifícios emblemáticos a nível global. Em Portugal, pode partilhar algum projeto que considere particularmente relevante ou diferenciador? Sem mencionar nomes, os dois maiores centros de dados em construção ou remodelação no país, no último ano, foram — e continuarão a ser — fornecidos com equipamentos da Trane, tal como o maior hospital do país, que também foi equipado com soluções da marca. Que setores de atividade têm mostrado maior dinamismo na renovação ou modernização dos seus sistemas? Há áreas em destaque? Sim, os centros de dados e as farmacêuticas, especialmente os fabricantes de cannabis. A falta de profissionais qualificados é uma preocupação transversal no setor. Como é que a Trane está a responder a este desafio? Infelizmente, o setor do AVAC não é atrativo para os jovens — não paga bem aos técnicos nem aos colaboradores em geral. É a realidade, e há que compreendê-la. No nosso caso, o AVAC é um mercado de baixo valor acrescentado e, por isso, há já alguns anos que a Trane decidiu mudar o foco das suas aplicações. Com as necessidades dos clientes industriais, conseguimos atrair e oferecer salários mais competitivos aos profissionais que muito estimamos — alguns dos quais estão connosco há bastante tempo. A formação interna é sólida, disso não nos podem acusar. Ainda assim, continua a ser sempre um desafio contratar um bom mecânico de frio. Que prioridades estratégicas traçam para a operação da Trane em Portugal nos próximos anos? Temos de investir na inteligência artificial e em tudo o que isso implicará no mercado. Se tivesse de identificar o maior desafio — e a maior oportunidade — que o setor enfrentará até 2030, quais destacaria? Com a transição digital surge a necessidade crescente de construir centros de dados, que poderão ou não ser implementados em território nacional. E o maior desafio é: como alimentar todos esses edifícios. A transição digital exige um consumo energético muito elevado e com garantias de segurança — sem falhas, sem apagões. O verdadeiro desafio para todos os setores é a produção de energia limpa e renovável. Muita coisa terá de mudar: a legislação, e sobretudo as mentalidades. Caso contrário, não poderemos continuar a crescer, e os investimentos acabarão por ser realizados onde a energia for mais barata e estável — sem interrupções. n www.cest.pt comercial@cest.pt Potência entre 200 kW e 660 kW; NPG Produção de água quente até 60 ºC; Gás ecológico, R32, de baixo GWP (= 675); Certificação Eurovent; Condensadores em V com diâmetro de 7 mm; Modelos de alta eficiência com baixo nível de ruído; Bomba de calor polivalente (4 tubos); Módulos hidráulicos com várias configurações disponíveis. Válvula de expansão eletrónica;

26 PRODUTO Panasonic lança a nova aplicação Aquarea Home para controlo total da casa A ferramenta digital permite aos utilizadores monitorizar e controlar os sistemas Aquarea a partir de qualquer lugar, a qualquer momento. A aplicação Aquarea Home é compatível com uma vasta gama de soluções, incluindo Aquarea Air Smart, Aquarea Loop, Aquarea Vent e ventilo-convectores RAC Solo, desde que o sistema possua um controlador Wi-Fi integrado. Para bombas de calor Aquarea ou sistemas sem conetividade Wi-Fi incorporada, é necessário o acessório 'Home Network Hub' para integração com a aplicação. Concebida para facilitar o dia a dia do utilizador, a Aquarea Home apresenta uma interface moderna e intuitiva, permitindo uma navegação fluida e uma gestão eficiente do conforto térmico. Os utilizadores podem criar cenários personalizados para diferentes divisões ou zonas, definir temperaturas específicas e programar horários semanais, adaptando o ambiente doméstico à sua rotina diária. Além disso, todas as definições podem ser ajustadas remotamente. O lançamento faz parte do compromisso da Panasonic em reforçar o ecossistema digital da gama Aquarea, que inclui aplicações como Comfort Cloud e tado°, concebidas para otimizar o controlo de bombas de calor e terminais de aquecimento ambiente. Disponível para transferência na Google Play e na App Store, esta aplicação reafirma o compromisso da Panasonic com a inovação e a conetividade no conforto do lar. n C M Y CM MY CY CMY K

CONFORTO E EFICIÊNCIA Desempenho máximo, mesmo sob o sol do verão Gama Max Monosplit & Multisplit Inteligent Air Rua da Urtigueira N26 – 4414-005 V. N. Gaia grupo efcis www.haice-ac.com

28 PRODUTO Automação industrial sem complicações Com uma abordagem centrada na simplicidade, eficiência e adaptabilidade, a SEW-EURODRIVE Portugal apresenta ao mercado nacional o sistema MOVI-C, uma solução desenhada para responder às exigências da Indústria 4.0. Mais do que um conjunto de componentes, o MOVI-C representa uma plataforma integrada de automação, pensada para facilitar o trabalho de engenheiros, instaladores e gestores industriais — da conceção à manutenção. Versátil, escalável e de rápida implementação, este sistema modular promete transformar a forma como se pensa e executa a automação industrial em Portugal. SEW-EURODRIVE Portugal Concebido para dar resposta às necessidades da indústria moderna, o MOVI-C agrega componentes mecânicos, eletrónicos, software e serviços especializados numa só plataforma. A filosofia por detrás desta solução é simples: tornar acessível o que tradicionalmente é técnico e complexo. O lema 'planear, ligar, mover' resume bem a lógica de utilização plug-and-play que sustenta todo o sistema. Uma solução de automação que se destaca pela sua arquitetura modular e capacidade de adaptação a diferentes exigências industriais. Mais do que um produto, trata-se de uma proposta completa que integra planeamento, operação e manutenção, concebida para facilitar a vida de quem gere sistemas complexos. Concebido para dar resposta às necessidades da indústria moderna, este produto agrega componentes mecânicos, eletrónicos, software e serviços especializados numa só plataforma. A filosofia por detrás da solução é simples: tornar acessível o que tradicionalmente é técnico e complexo. DISPONIBILIDADE GLOBAL, APOIO LOCAL A SEW-EURODRIVE garante a entrega rápida de qualquer componente do MOVI-C, esteja o cliente onde estiver. Este desempenho logístico deve-se, em grande parte, à aplicação prática dos princípios da Indústria 4.0 nos seus próprios processos internos. Em Portugal, a operação é assegurada a partir da unidade industrial da Mealhada, que presta apoio técnico contínuo — 24 horas por dia, todos os dias da semana — e está preparada para dar resposta a projetos de elevada exigência no campo da engenharia mecatrónica e automação industrial. Com presença em mais de 50 países e uma equipa de 22.000 profissionais — dos quais mais de 500 estão dedicados à inovação e desenvolvimento —, a SEW-EURODRIVE mantém-se na vanguarda das soluções de transmissão e controlo de movimento. A empresa oferece não apenas tecnologia de ponta, mas também um portefólio completo de serviços de assistência e manutenção, através do modelo CDS (Complete Drive Service). n Para saber mais sobre o sistema MOVI-C e outros produtos disponíveis, consulte a página: www.sew-eurodrive.pt

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