TÉCNICA 83 deverão considerar-se como fundamentais os aparelhos de respiração autónoma de pressão positiva, as linhas de vida, os arneses, os sistemas de recuperação, de preensão e ancoragem e o vestuário de proteção para a equipa de socorro. Também o planeamento e a comunicação são vitais no resgate e, desde logo, todos os protocolos de verificação de segurança, como se fará a entrada, se necessária, com ou sem suspeita de que uma alteração no espaço, independente da causa da emergência, testando e monitorizando. Alguns resgates podem ser muito técnicos, daí a necessidade de um conjunto de diretrizes e procedimentos que visem garantir a resposta a emergências, em segurança, isto é, um plano de emergência adequado para o espaço confinado no local é fundamental para que seja bem-sucedido. As atmosferas que contêm produtos químicos corrosivos, onde a exposição da pele representa uma ameaça, reclama dos socorristas o uso de roupa de proteção química antes da entrada, mas também deve haver cuidado na escolha do material do arnês de nylon e da corda. A aplicação de um cinto de segurança e de uma linha de vida a alguém que usa vestuário técnico com equipamentos acoplados, totalmente encapsulado, tem os seus desafios. Pela volumetria que se cria, pode impedir e até restringir movimento no espaço e na abertura de acesso ou saída. O transporte para o interior de um espaço confinado do equipamento de assistência, tal como mochilas com material de socorro, macas ou outros dispositivos de estabilização de sinistrados, deve ser avaliada e, se possível, ser introduzidas de forma autónoma, para que não se transformem num obstáculo à movimentação e à remoção para fora dos sinistrados. A condução da operação deve ser assegurada por um coordenador de emergência, cujo conhecimento dos cenários, conhecimento e entrosamento com a sua equipa, conhecendo os seus pontos fracos e fortes e capacidade de dirigir a operação, depende o sucesso ou o fracasso, antes mesmo de ir até ao local do acidente. Cabe-lhe a escolha de seu pessoal, levando em conta o seu conhecimento e destreza, a condição física de cada pessoa, e principalmente fobias, como medo de locais fechados, altura ou ainda medo de estar sob pressão, sendo que a melhor forma de assegurar estas qualificação é a prática regular em simulacros. EQUIPAMENTOS PARA RESGATE EM ESPAÇO CONFINADO Para resgate em espaço confinado há uma gama variada de equipamentos englobando uma série de componentes, por exemplo: i. Kit tripé, ou seja, o conjunto composto por tripé de diferentes alturas, como o dispositivo rotativo para a alteração da direção ou distribuição de carga, guincho de ascensão e descida e resgatadores e corda de poliamida semiestática de 50 ou 100 metros e acessórios; ii. Maca flexível, resistente e de fácil utilização; iii. Conjunto de iluminação com luminárias; iv. Exaustor/insuflador axial; v. Componentes de acesso por cordas: cinto paraquedista, capacete, ascensores, trava-quedas e mosquetões; vi. Detetor de gás: portátil, para quatro gases – CO, O2, H2S e LEL; vii. Equipamento de respiração, kit cavalete de ar, proteção autónoma e compressor de ar. Como fator decisivo para a aquisição deverá verificar-se a conformidade com a Norma EN 795B (pontos de ancoragem portáteis), e resistência dos materiais constituintes. Os tripés e sistemas de roldanas, instalados previamente à entrada, devem ser dispostos de modo a que haja uma hipótese mínima de emaranhamento das linhas, com sistemas de recuperação e cintos de segurança. A equipa de emergência, cujos elementos serão atribuídos em função na operação, deverá ser composta com um mínimo de elementos configurado no Plano de emergência. As funções e tarefas desses elementos da equipa de emergência podem configurar-se com um sistema de ‘checklist’ de controlo onde constarão os dados de monitorização do ar (O2, limites de explosividade, gases tóxicos, temperatura), confirmar sistemas de bloqueio, procedimentos de Lockout/Tagout (LoTo) que traduzem as medidas de inserção de bloqueios e/ou colocação de sinalização sobre um interruptor, válvula, ou outro, por forma a evitar a reativação do equipamento.
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