OPINIÃO 79 [1] Pode ser consultado aqui: https://eur-lex.europa.eu/legal-content/EN/TXT/?uri=COM%3A2022%3A221%3AFIN&- qid=1653034500503 [2] Pode consultar aqui: https://www.ise.fraunhofer.de/en/business-areas/system-integration/energy-system-analysis.html [3] Pode consultar aqui: https://energy.ec.europa.eu/topics/renewable-energy/enabling-framework-renewables_ en#:~:text=The%20Renewable%20Energy%20Directive%20requires,projects%20deployed%20in%20those%20 areas. [4] Sobre o qual pode ler mais aqui: https://ember-energy.org/latest-insights/embers-four-key-asks-for-the-new-eu-energy-commissioner/ PARQUES EÓLICOS E TURBINAS Em comparação com os anos anteriores, 2024 registou um aumento dos níveis de licenciamento de parques eólicos, mais encomendas de turbinas e níveis recorde de capacidade para leilão. As taxas de licenciamento foram mais elevadas no primeiro semestre de 2024 em comparação com o primeiro semestre de 2023 na maioria dos mercados com dados disponíveis. Embora a grande maioria dos Estados-Membros ainda não tenha implementado plenamente as reformas de licenciamento da UE, a Alemanha fez mais progressos do que a maioria. Consequentemente, as aprovações atingiram 12GW em 2024, um aumento de 60% em comparação com 2023, e mais do que o resto da UE combinada. As encomendas de turbinas eólicas também recuperaram em toda a UE em 2024, totalizando 13,1GW de janeiro a setembro, 40% mais do que no mesmo período de 2023 e o segundo maior valor de sempre. Os leilões atribuíram um recorde de 28GW de capacidade em toda a UE em 2024, tendo a Alemanha, por si só, atribuído 19GW. Os leilões já anunciados para 2025 ascendem a um potencial de 71GW. Se a taxa média de sucesso dos leilões de 2024 se repetisse, os leilões de 2025 forneceriam 65GW de nova capacidade. Isto significa que os leilões de 2024 e 2025 poderiam cobrir 45% das novas adições necessárias para um objetivo de 440GW da REPowerEU. Embora esteja no horizonte um maior crescimento, os atrasos registados nos últimos anos criaram um fosso cada vez maior entre as previsões do mercado e as ambições da UE. As actuais perspectivas da WindEurope e da AIE preveem acréscimos anuais médios de energia eólica de 19-22GW (líquidos) entre 2025 e 2030. Contudo, é necessária uma média de 34GW para atingir os objectivos da UE e cumprir os planos dos Estados-Membros para 2030. O défice de concretização é maior no sector offshore, onde vários governos reduziram as suas ambições e previsões para 2030 devido a atrasos nos projectos. A implementação e aplicação atempadas do quadro político existente é o primeiro passo para colmatar o défice de entrega. No que diz respeito à energia eólica em terra, as reformas dos licenciamentos e os processos actualizados de ligação à rede serão fundamentais. Já no que se relaciona com a energia eólica offshore, é fundamental que os leilões sejam concebidos de forma a proporcionar incentivos atractivos e que a abordagem global maximize a segurança da cadeia de abastecimento. Vários dossiers prometidos pela próxima Comissão Europeia poderiam melhorar ainda mais as perspectivas da energia eólica. O Plano de Ação para a Eletrificação[4] deve delinear uma visão para o crescimento inteligente da procura de eletricidade, reforçando os argumentos a favor do investimento em energia limpa. Tanto a via para sair da energia russa, como o objetivo climático para 2040 devem assinalar claramente um forte papel futuro para a energia eólica. O Plano de Ação para a Eletrificação deve permitir uma eletrificação inteligente que ajude os consumidores a reduzir as suas facturas e melhore a justificação comercial para as energias renováveis. As regras do mercado da eletricidade existentes têm de ser aplicadas para melhorar o acesso ao mercado e eliminar os obstáculos à implantação acelerada da flexibilidade limpa, com destaque para o armazenamento em baterias e a flexibilidade do lado da procura. O actual quadro político da rede, incluindo os investimentos antecipados na rede, deve ser aplicado sem demora, idealmente através de um grupo de trabalho específico. Deve ser considerado um balcão único para as redes a nível da UE, que simplificaria o acesso ao financiamento para investimentos na rede, permitindo uma conetividade regional benéfica. Vemos assim que o crescimento da capacidade de produção de energia solar e eólica superou tanto as melhores expectativas, mas ainda há muito a fazer para aumentar a soberania energética da EU, ao mesmo tempo que se combate as alterações climáticas. Esperemos que, pelo menos, se continue a evoluir a este ritmo para a concretização desses objectivos. n
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