BI338 - O Instalador

49 DOSSIER MOBILIDADE ELÉTRICA é o Custo Total de Propriedade (TCO). Este parâmetro tem em conta os custos diretos e indiretos de compra, operação e manutenção e o seu valor residual (valor de venda, habitualmente ao fim de cinco anos). Este indicador tem vindo a decrescer nos VE, aproximando-se da paridade com os veículos a combustão, especialmente nas frotas urbanas [3]. Incentivos concretos têm sido implementados para promover a adoção de VE, incluindo subsídios à compra, benefícios fiscais e investimentos em infraestruturas. A eletrificação da mobilidade urbana tem sido impulsionada por políticas públicas aliadas a modelos de mobilidade partilhada vastamente disseminados em várias cidades europeias. Em termos globais, os VEs conseguem reduzir significativamente as emissões e custos operacionais [5]. Transporte marítimo O setor marítimo representa aproximadamente 3% das emissões globais de CO2, com um crescimento acumulado de cerca de 20% na última década, impulsionado pelo aumento do comércio internacional e pela lenta adoção de tecnologias de baixo carbono [6]. Estas emissões são particularmente difíceis de mitigar devido à longa vida útil das embarcações e à elevada densidade energética exigida em rotas oceânicas. A eletrificação direta, através de baterias, é tecnicamente viável em contextos de curta distância e operação regular, como: • Ferries urbanos e inter-ilhas (por exemplo, na Noruega e nos Açores); • Transporte fluvial em canais europeus (ex. Rotterdam, Hamburgo); • Operações portuárias (rebocadores, gruas e sistemas de cold ironing). No entanto, para rotas oceânicas e transcontinentais, a eletrificação enfrenta limitações severas devido ao: • Peso das baterias para longos trajetos; • Necessidade de infraestrutura de carregamento portuária; • Baixa densidade energética por unidade de massa. Nestes contextos, destacam-se como alternativas emergentes em desenvolvimento: • E-combustíveis sintéticos (produzidos a partir de hidrogénio verde e CO2 capturado); • Amónia verde e metanol verde como vetores promissores; • Motores dual fuel e sistemas híbridos em fases piloto. Recentemente, a UE implementou o FuelEU Maritime, que obriga a reduções progressivas na intensidade carbónica dos combustíveis utilizados, com metas de descarbonização até 2050, o que pressiona a indústria para uma transição gradual, embora tecnologicamente fragmentada. Gráfico 1. Evolução do TCO para veículos do segmento médio e compacto [4]. o Gráfico 2. Evolução das Emissões Globais por Setor de Transporte (Mt CO2e) [4,9,10]

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