BI338 - O Instalador

46 DOSSIER MOBILIDADE ELÉTRICA Nanomateriais desenvolvidos pelo ISQ tornam veículos elétricos 15% mais leves Imagine um carro elétrico mais leve, mais eficiente e ainda mais sustentável? Parece futurologia, mas é mais real do que imagina. Um projeto europeu, que inclui a participação do ISQ, abre novos caminhos para a mobilidade sustentável e promete transformar a mobilidade elétrica graças a nanomateriais de última geração. O ISQ concluiu recentemente a sua participação no projeto europeu FLAMINGo, que poderá marcar um ponto de viragem na indústria automóvel. Através da utilização de compósitos de alumínio reforçados com nanopartículas (Al-MMnC), foi possível substituir peças de aço em veículos elétricos, obtendo uma redução global de peso de 15%, sem comprometer a resistência ou o desempenho. Durante quatro anos, onze parceiros de oito países europeus trabalharam no desenvolvimento de materiais de elevada rigidez e durabilidade, apostando na inovação ao serviço da mobilidade elétrica. Com um investimento de 4,4 milhões de euros, o consórcio criou soluções capazes de responder aos desafios da eficiência energética e da sustentabilidade ambiental. “Os avanços conseguidos não são apenas técnicos, são um passo gigante para a mobilidade sustentável”, destacou Paulo Morais, gestor de projeto no ISQ. O PAPEL DAS NANOPARTÍCULAS A intensificação do uso dos compósitos de alumínio é impulsionada principalmente pela tecnologia dos veículos elétricos a bateria, que tem levado os fabricantes a procurar formas inovadoras de os tornar mais leves, conseguindo-se uma redução substancial de peso. O principal objetivo deste projeto foi desenvolver compósitos de matriz metálica de alumínio reforçada com nanopartículas (Al-MMnC) de elevado desempenho e resistência, em comparação com as ligas de alumínio atualmente utilizadas no setor automóvel. O projeto forneceu soluções de engenharia para substituir componentes de aço em peças de veículos elétricos pelos materiais desenvolvidos no projeto, os quais conduziram a reduções consideráveis neste tipo de veículos. O contributo do ISQ foi decisivo em várias frentes: desde os estudos de soldabilidade dos novos materiais e caracterização das juntas, até à validação de componentes submetidos a ensaios de carga, simulações numéricas e inspeções por tomografia computorizada. A equipa portuguesa analisou ainda os riscos ocupacionais associados à produção de nanopartículas, propondo boas práticas para toda a cadeia de valor.

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