BI338 - O Instalador

22 ENTREVISTA Gramáticas da Forma e IA: um novo paradigma no design arquitetónico Na 5ª edição da conferência internacional Civil Engineering and Architecture (CEAC 2025) que decorreu de 28 a 31 de março em Tóquio, no Japão, a arquiteta Célia Maia, diretora da MELOM Projetos, apresentou um modelo analítico que alia Gramáticas da Forma e Inteligência Artificial. Em entrevista à revista O Instalador, explicou como esta abordagem poderá revolucionar os processos de projeto em arquitetura e urbanismo, tornando-os mais eficientes, adaptáveis e sustentáveis. Foi no contexto de uma investigação científica que Célia Maia, diretora da MELOM Projetos – Departamento de Arquitetura, se viu envolvida na lise de formas e a capacidade de estudar linguagens de projetos passados”, explicou Célia Maia. As aplicações são vastas, desde a personalização em massa até à simulação preditiva, passando por decisões baseadas em múltiplos critérios como conforto, custo e desempenho energético. Em contexto urbano, abrem-se portas a soluções ajustadas em tempo real às dinâmicas das cidades inteligentes, recorrendo a sensores e dados provenientes da IoT (Internet das Coisas). “Na arquitetura e no urbanismo, ferramentas como BIM (Building Information Modeling), Design Generativo, IA e Machine Learning (ML) estão a transformar o processo de projeto. Estas tecnologias, aliadas a processos de trabalho, facilitam a visualização, análise e otimização de formas, conectando lógica computacional com criatividade espacial”, explica. “O BIM facilita a precisão e pormenorização na criação e modificação de formas, permite interações em tempo real e automação de regras de projeto, integra aspetos funcionais e espaciais, promovendo desenhos mais compleCélia Maia, diretora da MELOM Projetos. CEAC 2025. A investigação apresentada, desenvolvida em coautoria com o arquiteto Décio Ferreira, explora o potencial transformador da associação entre Gramáticas da Forma e Inteligência Artificial (IA) na prática arquitetónica. O artigo ‘Shapes Grammar in Artificial Intelligence: an Analytical Model in Architecture and Urbanism’ demonstra como a integração destas ferramentas pode trazer agilidade, precisão e redução de erros aos processos de conceção, sobretudo na fase de transição para obra. As Gramáticas da Forma, desenvolvidas desde a década de 1970, baseiam-se em regras formais que permitem gerar, analisar e transformar formas arquitetónicas a partir de elementos básicos. Quando aliadas à inteligência artificial, ganham uma nova dimensão: a capacidade de automatizar, prever e adaptar soluções com base em dados reais. “Existindo vários tipos de Gramáticas da Forma, podemos criar novos projetos, analisar projetos existentes, obter variações de projeto, combinar várias tipologias ou trabalhar ampliações e cor. Neste artigo explorámos a grande vantagem na agilidade, criação e aná-

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