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Artigo exclusivo para a revista O Instalador

Fotovoltaico em sistemas descentralizados, próximos e integrados com o consumo

Hoje em dia é um facto assente que as metas a que o nosso País se comprometeu para a descarbonização da economia e a transição para uma neutralidade carbónica implicam o aproveitamento cada vez maior do potencial renovável endógeno, em todas as suas vertentes e em todo o território nacional.

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Neste contexto, a produção solar fotovoltaica apresenta-se com um enorme potencial de crescimento. A significativa redução de custos que se tem verificado nos equipamentos, associado ao grande potencial solar existente no nosso País, contribuem para que as expectativas de crescimento da produção fotovoltaica sejam elevadas, tanto em grandes projetos de produção centralizada, como na sua complementaridade com os vários modelos de produção descentralizada.

Enquanto as caraterísticas próprias da produção centralizada reservam ao cidadão comum, à esmagadora maioria das empresas e outras instituições, o papel de consumidor e geram impactos não desprezáveis no modo como ocupam o território, a produção descentralizada, pela sua proximidade, tem o potencial de transformar o consumidor também em produtor: o 'prosumer'.

Deste modo, a pequena produção descentralizada é aquela que tem um papel mais relevante no desenvolvimento económico local, pelo potencial de substituição das necessidades de compra de energia na rede pela produção própria na proximidade, com a flexibilidade de poder ser dimensionada às necessidades, com um perfil de produção que muitas vezes se adequa quase na perfeição às necessidades de consumo, e adaptando-se a várias escalas, servindo tanto a particulares, como a pequenas e médias empresas, Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS’s), coletividades, ou a autarquias e outros serviços públicos. Este é também o modelo de produção fotovoltaica que, ao aproveitar os espaços 'livres' existentes em coberturas, causa menos impactos ambientais, podendo o seu impacto visual em ambientes urbanos ser minorado pela correta seleção dos locais de instalação, e do modo como esta é feita. Esta inserção e dispersão no ambiente urbano tem também como externalidade positiva a criação de emprego qualificado ao nível local.

A S.ENERGIA – Agência Regional de Energia para os Concelhos do Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete vem, desde há mais de uma década, a trabalhar nesta vertente.

Num primeiro momento, numa parceria estreita com a CM Barreiro no âmbito do projeto 'Eco Desafio – Todos Ficamos a Ganhar!', onde ao longo dos anos foi possível apoiar dezenas de coletividades e associações neste concelho na melhoria do desempenho ambiental dos seus edifícios numa perspetiva mais vasta, e envolvendo outros vetores ambientais, como a água, qualidade do ar, ruído e os resíduos, no que concerne à energia foi possível ajudar técnica e financeiramente mais de uma dezena de instituições a instalar produção fotovoltaica nas suas instalações num primeiro momento em que a tarifa bonificada assim o justificava, apenas para venda à rede, tanto em micro como em minigeração.

Desde 2009 até à data, foram apoiadas através deste projeto 23 entidades, com mais de 100 mil euros, para além da instalação de dezenas de painéis solares para as águas quentes sanitárias (AQS), de centenas de painéis fotovoltaicos e a substituição de centenas de lâmpadas menos eficientes por LED. Recentemente, no âmbito das operações levadas a cabo pela Divisão de Sustentabilidade Ambiental e Eficiência Energética da CM Barreiro, a EB1/JI Prof. José Joaquim Rita Seixas, sendo a escola básica do concelho que representava um maior custo associado à energia elétrica consumida, foi alvo de uma intervenção, que lhe permitirá ter um desempenho energético mais sustentável. Com a instalação de sistema de autoconsumo, a escola passa a produzir 60% da energia que consome, o que representa uma poupança anual estimada de 4.000 euros.

Produção da Escola Rita Seixas, no Barreiro (neste caso, dia 7 de maio de 2021, em que a poupança deste dia chegou a 79%)...
Produção da Escola Rita Seixas, no Barreiro (neste caso, dia 7 de maio de 2021, em que a poupança deste dia chegou a 79%).

Tendo este conjunto de exemplos para demostrar à comunidade tanto o interesse ambiental destas ações como a sua viabilidade económica, este trabalho estendeu-se a outras entidades e aos outros municípios, tendo atingido já mais de três dezenas de instituições, e uma produção descentralizada perto dos 2 GWh/ano.

Neste conjunto destacamos o trabalho com as escolas, pelo que significou de visibilidade e de sensibilização para a comunidade escolar, e com as IPSS’s, onde com um dimensionamento adequado se preparou uma possível mudança para o autoconsumo, quando as condições assim o permitam e justifiquem.

Com a contínua descida da tarifa bonificada e dos preços dos equipamentos, foi então mais apetecível começar a trabalhar em projetos de autoconsumo, sendo que alguns destes estão relacionados com equipamentos municipais, e em particular piscinas.

Foi o caso da Piscina Municipal de Alhos Vedros, na Moita, na qual o município aproveitou uma grande remodelação para instalar 15 kWp, e o caso das remodelações que se aproximam das Piscinas do Montijo e de Alcochete, onde serão instalados 12,2 e 14,54 kWp, respetivamente. Já a construção de novos edifícios e a necessidade de os tornar tendencialmente nulos em necessidades de energia, levou à proposta de instalação de 31,59 kWp para autoconsumo na nova piscina da Moita, o que no total perfaz uma estimativa de futura produção anual acrescida em perto de 100 MWh/ano, com o apoio técnico da S.ENERGIA.

Estes exemplos são demostrativos do potencial imenso que existe para a produção descentralizada, próxima e integrada com o consumo.

Com a chegada da legislação que abre o caminho para o Autoconsumo Coletivo e para as Comunidades de Energia Renovável, apesar de todas as incertezas, indefinições e outras dificuldades por ora existentes, abrem-se novas perspetivas e novas oportunidades de intervenção, e de disseminação no território de produção descentralizada fotovoltaica. Municípios, empresas, IPSS’s e cidadãos podem encontrar por via de um processo de partilha de produção e de consumo de energia elétrica fotovoltaica, uma forma para investir na produção de parte da energia que necessitam, reduzindo custos e contribuindo para a sustentabilidade energética do País, aproveitando o potencial solar disponível em coberturas inseridas no meio urbano.

Neste campo que agora se abre, existe ainda muito caminho para desbravar até às Comunidades de Energia Renovável serem uma realidade comum, mas a necessidade de trilhar esse caminho, à semelhança de outros já percorridos, reforça o papel da S.ENERGIA e das Agências de Energia no geral, no apoio às instituições existentes no seu território e às empresas do setor que com elas pretendam interagir.

As estratégias para a redução de emissões de gases com efeito de estufa têm que passar pelos edifícios, pelo modo como se consome energia nos edifícios e pelo modo como esta é produzida. Os novos edifícios respondem cada vez mais a critérios que avançam para a neutralidade carbónica, com a nova legislação relativa aos edifícios de necessidades quase nulas, sendo este um caminho que preferencialmente deverá recorrer não apenas a uma arquitetura que incorpore estas preocupações, mas também a um planeamento urbano que conjugue estas com outras funções. Sejam estas diretamente relacionadas com a energia, como o armazenamento ou o carregamento elétrico de viaturas, ou outras como a mobilidade e acessibilidade, a fruição do espaço público, a segurança ou a adaptação às alterações climáticas.

Só conjugando estes fatores, poderemos no curto espaço de tempo que dispomos dar resposta aos desafios que temos pela frente, rumo a territórios energética, ambiental e socialmente mais sustentáveis e, por essa via, contribuindo para diminuir algumas das dependências de que o nosso País padece. A S.ENERGIA, assim como as restantes Agências de Energia, estão disponíveis para continuar a cooperar na construção deste caminho.

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