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Mobilidade Elétrica: o carro como um computador sobre rodas?

Texto: António Neves | Responsável pelo Departamento de Sistemas de Informação do IEP

21/09/2020
Assisti há uns meses atrás, a umas jornadas de mobilidade elétrica onde um dos oradores, alegre e entusiasta proprietário de um veículo elétrico de última geração, ao descrever a sua experiência, dizia que estava já a viver o futuro de muitos de nós. Ora, segundo a ciência e Einstein, esta seria uma grande mentira, no entanto, e não interpretando literalmente as suas sábias palavras, tenho que lhe dar razão!
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De facto, hoje em dia, os veículos elétricos estão bem acima daquilo que os veículos de combustão conseguem fazer por nós no que concerne a muitas funcionalidades que há poucos anos só víamos em filmes de ficção.

Senão vejamos, há veículos elétricos que já conduzem nas autoestradas praticamente sozinhos, vêm ter connosco quando assim o desejamos e estejamos dentro de uma distância segura para o fazer e podem ser carregados no conforto de nossas casas sem termos que nos deslocar a uma bomba de gasolina (pontos positivos agora que estamos a enfrentar a pandemia).

Diz-se que, com a evolução dos níveis de assistência à condução, se pretende chegar ao patamar da total autonomia dos veículos, permitindo assim futuramente frotas de por exemplo táxis autónomos (vamos ter saudades daquelas amenas cavaqueiras sobre futebol e outras conversas de circunstância com os profissionais desta área).

Para além disto, algumas marcas enviam já para os carros elétricos, atualizações de funções através da rede das operadoras de dados móveis que permitem ao carro corrigir problemas/erros de programação, ganhar novas funcionalidades e até aprender com a condução do proprietário/condutor.

Ora claramente isto são funções que não estamos habituados nos carros de combustão.

No entanto, isto leva a duas discussões paralelas. Se por um lado a segurança rodoviária da condução assistida e futuramente totalmente autónoma é uma preocupação, também a segurança dos dados informáticos presentes e adquiridos pelos veículos devem gerar a mesma preocupação.

Para isto as marcas desenvolvem sistemas de comunicação altamente sofisticados, protegidos por imensas barreiras para evitar ao máximo a intrusão, no entanto, e como acontece com os sistemas operativos que estamos habituados o facto de um produto deixar de ter atualizações pode torná-lo vulnerável a estes ataques que nem a marca nem o proprietário têm nada a ganhar com eles. Assim sendo, no futuro, a rotação da frota automóvel também será afetada não pela duração ou estado da parte física do veículo, mas também por esta componente de software e seu consequente suporte ou falta dele.

Isto leva-nos a que a mobilidade elétrica acabou por trazer ao mercado automóvel uma mudança de paradigma enorme. Onde dantes o que interessava era apenas o “hardware” (as características e capacidades mecânicas e físicas do veículo), passamos para um paradigma onde existe uma forte componente de software que influencia muito todo o veículo e a qualidade da experiência do proprietário. Se não vejamos um exemplo simples: dois carros elétricos da mesma marca e do mesmo modelo, um tem o último software que permite ter por exemplo o condicionamento da bateria em andamento antes de chegar a um ponto previsto de carregamento e o outro não tem ainda esta atualização. O que vai acontecer é que o veículo que não tem a atualização de software vai perder mais tempo no ponto de carregamento para conseguir carregar a mesma energia do que o veículo com o software mais recente e como tal uma pior experiência de vivência com o veículo. Este é apenas um exemplo e centenas existirão.

As marcas mais conservadoras estão ainda a enfrentar a criação das infraestruturas e desenvolvimento de software para fazer face a esta situação, enquanto que as marcas mais jovens e recentes que pensaram os seus produtos e a estrutura da própria empresa neste sentido têm claramente a vantagem inicial! No entanto está a começar uma corrida ao software por parte das marcas ditas tradicionais para tentarem alcançar os seus concorrentes que embora mais inexperientes no processo de construção e desenho da parte física do veículo, estão mais avançados na restante tecnologia de ponta e infraestrutura de software. O estado desta corrida podia estar mais adiantado se as marcas generalistas e sobretudo as europeias não estivessem tão renitentes ao “Shift” para a eletrificação e sobretudo para a mudança de paradigma.

Apesar de tudo a indústria automóvel tem demonstrado ao longo do tempo que é das industrias mais tecnicamente evoluídas e que consegue lidar melhor com a mudança, pelo que não duvido que num prazo mais curto do que esperamos as marcas tradicionais venham a reduzir esta diferença, quem não o fizer com toda a certeza terá um futuro incerto…se é que algum…

O IEP tem contribuído para esta evolução, ao oferecer um conjunto de serviços como por exemplo: inspeções, ensaios laboratoriais, desenvolvimento de protótipos, ensaios não destrutivos ou calibração dos equipamentos de medição, bem como consultoria e formação, dirigidos especificamente à indústria da mobilidade que visam garantir a qualidade e aumentar a segurança e a eficiência tanto de instalações e equipamentos como de veículos.

Para além disso, o IEP é a única entidade reconhecida em Portugal (e uma das poucas em toda a Europa) a efetuar a certificação dos sistemas eCall que permitem a assistência a viaturas em situações de emergência.

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