Protocolo KNX e a Segurança de Redes Inteligentes

A expressão “Casa Inteligente” é cada vez mais conhecida pelo público em geral mas na realidade tem mais de 30 anos. O KNX foi, aliás, um dos grandes impulsionadores das soluções de automação para edifícios quando surgiu no início dos anos 90 com o nome de EIB e que evoluiu para KNX. Hoje o KNX tem cerca de 500 fabricantes que produzem mais de 100.000 produtos que podem ser conectados entre si numa única instalação, com total garantia de interoperabilidade entre eles.

O conceito de Casa ou Edifício Inteligente assenta na crescente procura de conforto, segurança, eficiência energética e redução dos custos de exploração. Este crescendo de interesse chamou a atenção para este mercado aos grandes grupos económicos, em especial aos ligados às telecomunicações e às TI, como a Apple, Samsung, Alibaba, Amazon, Google, Facebook e muitas outras. Há um verdadeiro boom do mercado ligado à IoT (Internet of Things). Porém, baseiam-se em fornecedores distintos de atuadores/sensores, são muitas vezes sistemas fechados/proprietários, dependem do smartphone e/ou de uma gateway central (muitas vezes com App’s distintas, sendo sempre soluções DIY (do it yourself) – o que não é para toda a gente e criam enormes dificuldades para uma gestão integrada, única e eficaz.

A KNX não está nem podia estar desatenta a estas tendências e tem desde 2004 no mercado o KNXnet/IP, permitindo ter equipamentos com comunicação IP ou interligar as instalações tradicionais realizadas com o tradicional cabo verde TP a uma rede IP, abrindo assim o caminho à interligação com as soluções de Smart Cities e de IoT. Na realidade o KNX continua a crescer cada vez mais neste mercado da Automação de Edifícios e de Residências, com soluções profissionais, onde a certificação de produtos e a padronização são uma exigência. A colocação em serviço e a manutenção é realizada por profissionais certificados recorrendo a API específica do sistema e onde se pretende gerar todo o tipo de informação (que são pertença do dono do edifício) para auxiliar na gestão do edifício, quer no mercado comercial/industrial, quer no mercado residencial.

O KNX continua a crescer cada vez mais neste mercado da Automação de Edifícios e de Residências, com soluções profissionais, onde a certificação de produtos e a padronização são uma exigência

Toda esta transformação digital, todas estas novas soluções que usam a IoT, atraiu mais do que novos players: trouxe também os chamados hackers, tornando a segurança das instalações e das redes um verdadeiro imperativo. Infelizmente são cada vez mais os exemplos de ataques às infraestruturas dos edifícios com custos elevadíssimos na operação dos edifícios e para as empresas que neles operam.

A KNX já há muito que inclui as suas recomendações sobre a segurança das instalações e os fabricantes fornecem várias soluções de segurança passiva física para os seus equipamentos. E mais recentemente, e em especial com a introdução do KNXnet/IP, passou a incluir segurança de software no seu standard baseado nos mais apertados protocolos de segurança (ISO/IEC 18033-3), o KNX Data Secure que assegura a encriptação de telegramas dentro da instalação, e o KNX IP Secure que assegura a encriptação de telegramas para fora da instalação na comunicação IP.

Mas obviamente a responsabilidade recai sobre todos, sendo a proteção das redes KNX um desafio constante para todos, sejam Fabricantes, Projetistas, Instaladores e Integradores, ou ainda Gestores de manutenção, Facility Managers ou Proprietários. É uma responsabilidade de todos os profissionais envolvidos, seja na especificação adequada da instalação, com exigências de parâmetros de segurança adequados, seja com o cumprimento estrito de todas as medidas de segurança disponibilizadas, sejam elas físicas ou de software, e com a análise sistemática da segurança da instalação e o cumprimento dos procedimentos de manutenção.

A segurança não é um custo… é um investimento. E as soluções KNX podem ajudar e muito.