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AVAC&R: um olhar sobre o mercado

Nuno Roque | Secretário-Geral da APIRAC21/10/2019

A necessidade da diminuição de consumos energéticos em termos globais está entre as maiores preocupações mundiais para a preservação do futuro do nosso planeta. Neste contexto, tem-se assistido ao crescimento da utilização de energias renováveis mais amigas do ambiente em substituição da energia fóssil, mas também à melhoria contínua, quer de sistemas quer de eficiência, dos equipamentos utilizados diretamente ligados à atividade de AVAC&R.

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Exemplos disso são os sistemas que aproveitam a energia solar, coletores solares térmicos ou fotovoltaicos, e sistemas que utilizam a energia do ar e dos solos, bombas de calor aerotérmicas, geotérmicas e hidrotérmicas.
Mas também a crescente incorporação de dispositivos eletrónicos nos sistemas de comando e controlo das instalações de AVAC&R, cuja complexidade exige dos técnicos conhecimentos cada vez mais sofisticados nestas áreas.

Esta evolução deriva da regulamentação relativamente à Gestão Técnica Centralizada e Domótica, em geral, com protocolos normalizados e instrumentos de conceção tecnologicamente avançados, marca uma nova era na gestão e manutenção dos edifícios, particularmente, dos grandes consumidores de energia.

Os Gases Fluorados encontram-se na primeira linha de preocupação, estando já em aplicação vários Regulamentos e Diretivas que estabelecem o “phase-out” dos mesmos e a sua substituição por outros fluidos não prejudiciais ao ambiente

Abre-se assim um novo campo do conhecimento, com milhões de aplicações, que exigem empresas e técnicos preparados nas áreas de projeto, instalação e manutenção para os sistemas ou equipamentos utilizados.
A Legislação Europeia e Nacional obriga mesmo à qualificação urgente de técnicos para responder às necessidades de mercado que evolui a uma enorme velocidade. Esta nova realidade abrirá novas áreas de negócio relativos a novos domínios do conhecimento incluindo todas as áreas de energias renováveis emergentes.
Importa, em todos os setores de atividade, refletir sobre a substituição de equipamentos, produtos e métodos que evitem ou minimizem os mesmos.
O AVAC&R, atividade que utiliza substâncias que provocam aquecimento global, está na linha da frente na reformulação da sua atividade procedendo à substituição dessas substâncias, nomeadamente no que respeita aos fluidos frigorigéneos utilizados, na adaptação do fabrico de novos equipamentos e na adaptação dos existentes.
Os Gases Fluorados encontram-se na primeira linha de preocupação, estando já em aplicação vários Regulamentos e Diretivas que estabelecem o “phase-out” dos mesmos e a sua substituição por outros fluidos não prejudiciais ao ambiente.
Opções nacionais tomadas no atual quadro legal e regulamentar trouxeram para o domínio do AVAC&R as responsabilidades inerentes à manutenção energética dos edifícios.

Assim, os anteriores Técnicos de Instalação e Manutenção de Sistemas de Climatização “TIM II e TIM III” passaram a denominar-se de “Técnicos de Instalação e Manutenção de Edifícios e Sistemas”. Esta alteração constitui uma óbvia modificação do perfil dos técnicos e empresas obrigando a uma significativa alteração das respetivas competências, quer para os “TIM” que já se encontravam no terreno quer para todo o pessoal de apoio, cuja intervenção passou a ser parametrizada pelas novas tarefas impostas pelas novas circunstâncias. Como é evidente, este acréscimo de competências acarreta acréscimo de dificuldades, também no plano da segurança, o que exige no plano formativo uma adequada resposta.

Está assim criado neste Setor um cenário de crescente complexidade, não só relativamente aos equipamentos e instalações, mas de forma muito quanto ao grau de responsabilidade exigido aos técnicos e às empresas.

Esta evolução deriva da regulamentação relativamente à Gestão Técnica Centralizada e Domótica, em geral, com protocolos normalizados e instrumentos de conceção tecnologicamente avançados, marca uma nova era na gestão e manutenção dos edifícios, particularmente, dos grandes consumidores de energia

As empresas são já solicitadas para tarefas cada vez mais exigentes e diversificadas, assistindo-se, em contracorrente com muitos outros setores da atividade económica, a uma grande procura de técnicos especializados, em detrimento de profissionais sem ou com poucas qualificações. No entanto, face às condições atualmente em presença, é escassa a oferta.
Nos últimos anos, por via de saída do mercado de trabalho de profissionais qualificados, quer por reforma quer por emigração, tem-se proporcionado o aparecimento de novos técnicos ou candidatos com baixos conhecimentos e aos quais são atribuídas grandes responsabilidades num contexto de clara necessidade formativa.

Se para quem está em situação de desemprego este desafio é muito relevante, para quem está empregado ele tem contornos ainda mais expressivos, dado que a formação contínua e atualização permanente acabarão por ser garantia de progressão na carreira, transferência de competências para o valor percecionado da empresa no mercado, e, absolutamente, não entrada no quadro do desemprego.

E neste quadro de qualificação e especialização, estarão as empresas certificadas e o cliente final a ser protegidos? Do trabalho junto das empresas sobressaem algumas preocupações na esfera do funcionamento do mercado sobre as quais importa refletir e atuar.

Existe inspeção e fiscalização eficaz?

Chegam frequentemente à Associação queixas e lamentos por parte de Associados da APIRAC relativamente a adjudicações efetuadas a empresas não certificadas em prejuízo de empresas certificadas.
Esta realidade constitui concorrência desleal e um desrespeito pela Lei e regulamentação em vigor. Não se garante ainda a proteção do cliente final, por manifesta falta de competências das empresas não certificadas, em desrespeito da legislação, no manuseamento de equipamentos e substâncias regulamentadas.
Os organismos de inspeção e fiscalização deveriam atuar no sentido de obter esclarecimentos junto das empresas sem certificação quanto ao âmbito das suas intervenções, podendo ser solicitada amostra aleatória de faturação efetuada, bem como de aquisições.

Registos nas transações: modelos, dados e fiscalização. Que monitorização?

Justifica-se que os organismos de inspeção e fiscalização procedam a ações de notificação junto de operadores de mercado que vendem equipamentos de refrigeração, ar condicionado e bombas de calor que contêm gases fluorados com efeito de estufa não hermeticamente fechados com solicitação de amostras aleatórias de vendas, com informação quanto à identificação da empresa instaladora dos equipamentos vendidos no período da amostra.

Fluidos ilegais são um problema, conhecendo-se situações anómalas de entrada de fluido regulamentado em sistema de free riders na UE

Os Distribuidores de fluido devem solicitar ao comprador prova do seu estatuto (requisições em nome da empresa compradora).
Justifica-se que os organismos de inspeção e fiscalização procedam a ações de notificação junto de operadores de mercado que vendem substâncias regulamentadas com solicitação de amostras aleatórias de vendas de gases fluorados com efeito de estufa, com informação quanto à identificação das empresas adquirentes no período da amostra. No caso de empresas não certificadas, deverá notificar-se as empresas para informação quanto ao fim a que se destinam os gases fluorados adquiridos, comprovativos da sua aplicação, designadamente através de fichas de intervenção e faturas emitidas.

Está o Setor e a sociedade alertada para as implicações da utilização de fluidos inflamáveis e a sua concentração em ambientes de risco?

A não exigência legal de formação e certificação de técnicos e empresas aligeira perigosamente a transição que está silenciosamente a acontecer com potenciais danos imprevisíveis, não apenas na esfera da atuação dos instaladores (a mais preocupante), mas também no plano dos fabricantes.

O movimento associativo protagonizado pela APIRAC

A situação atual exige grandes desafios que serão ultrapassados se formos capazes, todos juntos e cada um de nós, de transformar esta ameaça numa oportunidade. É isso que temos procurado fazer na APIRAC.

Fortalecidos por um passado de 44 anos de existência e indo ao encontro das exigências do crescente número dos nossos Associados, posicionamo-nos como uma instituição da sociedade civil que quer apoiar de forma cada vez mais efetiva as empresas no seu crescimento e ser um parceiro privilegiado, promovendo a ligação entre as Micro, PME e as Grandes Empresas, e entre estas e a Tutela. Considerando o envolvimento nacional no espaço europeu e a dinâmica daí emanada, tendo em vista a ordenação do mercado, a participação em fóruns e grupos de trabalho transnacionais, a APIRAC tem promovido a integração europeia, usufruindo de relações institucionais privilegiadas com entidades internacionais que desenvolvem atividades nos mesmos campos. Estrategicamente este relacionamento tem demonstrado ser absolutamente fundamental para planear e estruturar a intervenção associativa no plano nacional, quer junto da Tutela, quer no envolvimento das empresas nas linhas que se abrem na evolução do mercado. Somos uma Associação Patronal transversal e vertical com mais de 500 Associados distribuídos por todo o Portugal Continental e Insular, de todos os segmentos de atividade da cadeia de negócio e de variadas dimensões que entra numa nova fase da sua história.

A APIRAC detém assim uma representatividade ímpar, facto que, aliado a uma estrutura coesa e dinâmica, lhe tem proporcionado uma boa capacidade de intervenção junto do tecido empresarial e social.
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